A Revolta de Beckman
Ano: 1684
Local: Maranhão – São Luís
Causa e Objetivo:
A Companhia do Comércio do Maranhão não estava agradando os colonos:
eles traziam um número insuficiente de escravos e cobravam caro por
eles. Também adulteravam preços e medidas e seus produtos eram de má
qualidade. A população então, passou a se sentir roubada com isso e
organizou essa revolta com o objetivo de acabar com a Companhia e
expulsar os jesuítas da cidade, além de assumir o governo de São Luís.
Líderes: Manuel e Tomás Beckman
Conseqüências:
Os objetivos propostos pela revolta de Beckman foram cumpridos, mas
quando o movimento tentou se estender para Belém, foi facilmente
controlado pelas tropas reais, comandadas por Gomes de Freire de Andrada
e fracassou. Tomás Beckman foi preso e seu irmão Manuel, condenado à
morte. O Colégio dos Jesuítas e a Companhia do Comércio do Maranhão
foram reabertos, mas aos poucos, este último devido a sua ineficiência,
foi se extinguindo. Ou seja, a revolta não foi bem sucedida, mas pelo
menos, a Companhia que tanto não satisfazia as necessidades da população
acabou fechando devido à sua própria incapacidade.
A Guerra dos Mascates
Ano: 1710 a 1711
Local: Pernambuco – Recife
Causa e Objetivo:
A Guerra dos Mascates foi um conflito entre Olinda e Recife. Na época,
os senhores de engenho de Olinda, estavam em má situação econômica, pois
as Antilhas holandesas haviam aberto concorrência com a produção
açucareira do Nordeste. Assim, para cobrir suas despesas, esses senhores
criaram uma dívida com os comerciantes de Recife, fazendo surgir uma
rivalidade entre esses povoados. Olinda não pretendia acertar o que
devia com os mascates, como haviam sido apelidados depreciativamente os
recifenses. Esses últimos, lutavam por sua autonomia política, já que
eram administrados por uma câmara de Olinda. Na verdade, essa luta pela
autonomia de Recife tinha o interesse de executar as dívidas com os
senhores de Olinda. Essa disputa de interesses, adquiriu ainda um
caráter nativista, pois a aristocracia olindense era de origem
pernambucana e os mascates de recife, imigrantes portugueses. No ano de
1770, a Coroa portuguesa apoiou os mascates elevando Recife à condição
de vila independente de Olinda. Esse foi o estopim para o início do
conflito.
Líderes: Bernardo Vieira, Leonardo Bezerra Cavalcanti
Conseqüências:
Os senhores de engenho olindenses não concordaram com a independência
dos mascates e invadiram Recife, destruindo o pelourinho (símbolo de
autonomia recém-conquistada). Os mascates reagiram, e o conflito
continuou. Depois, Portugal interveio, querendo conciliar os dois lados,
mas mesmo assim, os mascates de Recife se beneficiaram, mantendo sua
independência e tornando-se política e economicamente mais importantes
do que Olinda.
A Guerra dos Emboabas
Ano: 1708 a 1709
Local: região das Minas Gerais
Causa e Objetivo:
Logo depois da descoberta do ouro, começaram os conflitos. Os
paulistas, que haviam encontrado primeiro, achavam que tinham o direito
exclusivo sobre elas. Mas os forasteiros (portugueses, baianos e
pernambucanos) também tinham interesses nessa nova descoberta. Eles
foram chamados de emboabas. Ou seja, o objetivo da Guerra dos Emboabas
era conquistar as minas de ouro das Gerais.
Líderes: Manuel Nunes Viana (emboabas) e Borba Gato (paulistas)
Conseqüências:
Dado o início dos conflitos, os emboabas foram conquistando muitas
vitórias, pois eram mais ricos. Os paulistas foram recuando até chegar
perto de um rio, nas proximidades de São João Del Rei. Lá foram cercados
pelos forasteiros e acabaram firmando um acordo de paz: os paulistas se
rendiam e os emboabas lhes davam liberdade. Os paulistas, sem outra
alternativa, se renderam, mas os emboabas, não cumpriram sua parte e
mataram todos os inimigos, na região que viria a ser conhecida como
Capão da Traição. Após os conflitos, a Coroa Portuguesa tentou pacificar
a região, criando a Capitania de São Paulo e das Minas de Ouro e
nomeando um novo governador. Já os paulistas, depois do episódio da
Guerra dos Emboabas, abandonaram a região das Gerais e acabaram
descobrindo novas jazidas em Goiás e Mato Grosso.
A Revolta de Filipe dos Santos ou A Revolta de Vila Rica
Ano: 1720
Local: Vila Rica, na região das minas
Causa e Objetivo:
Os donos das minas estavam sendo prejudicados com as novas medidas da
Coroa para dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa Portuguesa
decidiu instalar quatro casas de fundição, onde todo ouro deveria ser
fundido e transformado em barras, com o selo do Reino (nessa mesma
ocasião era recolhido o imposto -de cada cinco barras, uma ficava para a
Coroa portuguesa). Assim, só poderia ser comercializado o ouro em
barras com o selo real, acabando com o contrabando paralelo do ouro em
pó e conseqüentemente, com o lucro maior dos donos das minas. Então,
esses últimos organizaram essa revolta para acabar com as casas de
fundição, com os impostos e com o forte controle em cima do contrabando.
Líderes: Filipe dos Santos
Conseqüências:
Os revoltosos realizaram uma marcha até a sede do governo da capitania
em Mariana, e como o governador conde de Assumar não tinha como barrar a
força dos donos das minas, ele prometeu que as casas de fundição não
seriam instaladas e que o comércio local seria livre de impostos. Os
rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde haviam saído.
Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento,
cujas casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para
Lisboa, mas Filipe do Santos foi condenado e executado. Assim, essa
revolta não conseguiu cumprir seus objetivos e foi facilmente sufocada pelo governo.
Inconfidência Mineira
Entre os principais movimentos
emancipacionistas que já possuem um caráter questionador do Sistema
Colonial o de maior importância foi a Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira,
de 1789. Nesta rebelião encontramos diversos antecedentes, como o
crescente abuso do fiscalismo português na região aurífera, acompanhado
pelo acirramento da dominação política-militar lusa. As influências das
idéias liberais (do Movimento das Luzes) e da independência dos Estados
Unidos são nítidas nas manifestações dos participantes da Inconfidência
Mineira. Estes eram em sua maioria letrados: alguns estudantes
brasileiros na Europa, como José Joaquim da Maia, que tentou o apoio de
Thomas Jefferson; os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio de Alvarenga
Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga; os doutores José Álvares Maciel,
Domingos Vidal Barbosa e Salvador Amaral Gurgel; os padres Manuel
Rodrigues da Costa, José de Oliveira Rolim e Carlos de Toledo Piza; e
alguns militares como o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de
Andrade e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
O fim da Inconfidência Mineira
A eclosão da revolução tinha na
cobrança da “derrama” (596 arrobas) de ouro o seu pretexto. Em maio de
1789, porém, a conjura foi denunciada pelos portugueses Joaquim Silvério
dos Reis, Brito Malheiros e Inácio Correia Pamplona. Presos os
conspiradores, foi iniciada a devassa (inquérito)
dirigida pelo próprio governador, o visconde de Barbacena, e que se
prolongou até 1792. Embora, num primeiro momento, todos fossem
condenados à morte, um decreto de D. Maria I comutou a pena de morte dos
inconfidentes, à exceção de Tiradentes, que foi executado no mesmo ano.
Conjuração Baiana
O liberal Cipriano Barata, médico da cidade de Salvador, foi um dos grandes defensores dos ideais separatistas e republicanos no Brasil, sofrendo constantes perseguições por parte das autoridades.
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/revoltas-do-brasil-colonia
As propostas dos inconfidentes
Nos planos dos conjurados, idealistas mas caracterizados pelo despreparo militar e por uma certa inconsistência ideológica, evidenciavam-se, no entanto, alguns princípios teóricos, tais como o ideal emancipacionista vinculados a uma forma republicana de governo. Esta teria como sede a cidade mineira de São João del-Rei. Quanto à abolição da escravidão, porém, não chegaram a um acordo. Dada a composição de seus participantes, a conspiração perdia-se em um plano ideal ligado ao intelectualismo de alguns conjurados, em que preocupações com o que viria, como a criação de uma Universidade em Vila Rica, a criação de uma bandeira (Libertas Quae Será Tamem) e os planos em relação ao incremento à natalidade, sobrepunham-se á organização militar do próprio movimento.
O fim da Inconfidência Mineira
A eclosão da revolução tinha na
cobrança da “derrama” (596 arrobas) de ouro o seu pretexto. Em maio de
1789, porém, a conjura foi denunciada pelos portugueses Joaquim Silvério
dos Reis, Brito Malheiros e Inácio Correia Pamplona. Presos os
conspiradores, foi iniciada a devassa (inquérito)
dirigida pelo próprio governador, o visconde de Barbacena, e que se
prolongou até 1792. Embora, num primeiro momento, todos fossem
condenados à morte, um decreto de D. Maria I comutou a pena de morte dos
inconfidentes, à exceção de Tiradentes, que foi executado no mesmo ano.
Com sua morte, em 1792, Joaquim José da Silva Xavier. o Tiradentes, tornou-se o mártir da independência do Brasil.
Apesar de seu caráter idealista e
intelectualizado, a Inconfidência Mineira foi a contestação mais
conseqüente ao Sistema Colonial Português.Conjuração Baiana
Um importante movimento
emancipacionista foi a Conjuração Baiana ou dos Alfaiates (1796), na
qual a influência da Loja Maçônica “Cavaleiros da Luz” fornecia o
sentido intelectualizado do movimento. Os seus líderes, Cipriano Barata,
Francisco Muniz Barreto, Pe. Agostinho Gomes e tenente Hermógenses de
Aguiar, contavam, no entanto, com uma boa participação de elementos
provenientes das camadas populares, como os alfaiates João de Deus e
Manuel Faustino dos Santos Lira ou os soldados Lucas Dantas e Luís
Gonzaga das Virgens.
O liberal Cipriano Barata, médico da cidade de Salvador, foi um dos grandes defensores dos ideais separatistas e republicanos no Brasil, sofrendo constantes perseguições por parte das autoridades.
Este movimento apresenta um elemento
que o diferencia dos demais, ocorridos na época: o seu caráter social
mais popular, propugnando pela igualdade racial e contando com uma
grande participação de mulatos e negros. Em 1799, no entanto, após
devassa, os principais representantes das camadas mais simples foram
enforcados, tendo sido os intelectuais absolvidos.
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